Uma das premissas da arquitetura atual, no Brasil e no mundo, é criar ambientes cada vez mais humanizados e que promovam o bem-estar. Por trás desses projetos está a neuroarquitetura – neurociência unida à arquitetura –, que estuda os impactos da composição dos ambientes nas pessoas, demonstrando como os espaços físicos impactam o cérebro humano.
Essa disciplina integra diversas áreas, como arquitetura e urbanismo, psicologia e biologia, e permite criar ambientes que influenciam positivamente no comportamento e emoções dos indivíduos, por meio da combinação de materiais, texturas, cores, iluminação, sons e plantas, entre outros componentes. A neuroarquitetura aplicada aos projetos busca proporcionar saúde e bem-estar físico e mental.
Como isso acontece?
Por meio de procedimentos como ressonâncias magnéticas e eletroencefalogramas, estudos da neurociência identificaram que determinados elementos da arquitetura, como cores, texturas e iluminação, ativam gatilhos em diferentes regiões do cérebro, que podem liberar substâncias químicas, como hormônios e neurotransmissores, alterando a emoção e o comportamento. Isso pode ocorrer de forma inconsciente, ou seja, os estímulos produzidos por um ambiente podem afetar uma pessoa, sem que ela perceba.
Ao considerar esses processos mentais, a neuroarquitetura é capaz de guiar a criação de ambientes estratégicos e com objetivos específicos, entre eles, escolas, hospitais, escritórios e residências, buscando sempre promover a qualidade de vida aos seus usuários.
Como foi criada?
A disciplina da neuroarquitetura é resultado da colaboração de dois profissionais: o neurocientista Fred Gage e o arquiteto John Paul Eberhard. O termo passou a ser usado oficialmente em 2003, quando os especialistas fundaram a ANFA (Academia de Neurociência para Arquitetura), em San Diego, na Califórnia (EUA). A partir daí, o termo tem sido difundido pelas escolas de arquitetura e aplicado em diversos projetos pelo mundo.
Aplicação no Brasil
Muitas empresas do segmento de arquitetura e construção, incluindo fabricantes de materiais, têm investido em estudos ligados à neuroarquitetura. Um dos exemplos mais recentes é a criação do NeuroLAB, primeiro laboratório de neurociência aplicada à arquitetura no Brasil, desenvolvido pela Roca Cerámica, em parceria com a NeuroArq Academy, e que será inaugurado em junho deste ano.
Com 145 m², o Roca NeuroLAB foi projetado para dar vida a um experimento científico que, com os conceitos da neuroarquitetura, busca por soluções que impactam positivamente o estilo de morar. A experiência interativa será aberta a profissionais da arquitetura convidados, que contribuirão diretamente para a pesquisa liderada pela NeuroArq Academy, que será publicada posteriormente.
Para a experiência, gadgets da mais alta tecnologia permitirão medir respostas fisiológicas dos participantes, como batimentos cardíacos e microalterações na condutibilidade da pele das mãos através do suor, coletando dados que permitem analisar como o corpo e o cérebro humano reagem a espaços e estímulos.
Quer ficar por dentro das tendências e outras novidades do mundo da arquitetura e construção? Então, siga o perfil da De Huber no Instagram e acompanhe os próximos posts no nosso blog.
Comentários